sexta-feira, 30 de março de 2012
Jardim da Amnistia Internacional
Numa breve cerimónia com a presença da vereadora da cultura, Catarina Vaz Pinto e da Presidente da Amnistia Internacional Portugal, Lucília-José Justino, foi hoje inaugurado o jardim da Amnistia Internacional. A placa foi descerrada ao som de “O Jardim da Paz”, poema que Teresa Rita Lopes escreveu para a ocasião.
O Jardim da Paz
Teresa Rita Lopes
Há palavras que rimam pelo som e pelo sentido:
flor amor fervor.
Estou certa de que o Primeiro Homem
ofereceu uma flor à Primeira Mulher.
E sempre os jardins
foram símbolo de beleza e de benevolência
sítios onde
o homem esquece que é mortal e feroz
e fere e mata
quando calha.
Nos jardins o corpo e a alma dão as mãos
e longamente namoram
a ouvir os pássaros.
Nas cidades
os jardins são a casa dos pássaros.
Os jardins são como
a poesia: as palavras que os dicionários arregimentam voam
de lá
como borboletas
e poisam na folha branca a compor
o poema
segundo uma ordem que ninguém sabe quem deu.
Se as prisões fossem jardins as pessoas saíam de lá melhores
e não piores como sempre acontece.
Se os quartéis fossem
jardins
as espingardas seriam entupidas com cravos
como numa revolução de que todos nos orgulhamos.
Sempre o homem situou num jardim o Bem e a Felicidade.
Já temos o jardim do Éden, agora passaremos a ter também
o Jardim da Paz:
este que aqui viemos baptizar.
Amnistia e paz não rimam com flor pelo som
mas rimam
ah sim! pelo sentido!
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