XII Mostra




A Amnistia Internacional Portugal – Grupo 19, em colaboração com o Centro Cultural Olga Cadaval, promove a realização, entre os dias 13 e 15 de dezembro de 2013, da XII Mostra de Documentários sobre Direitos Humanos, com o objetivo de sensibilizar a comunidade para a necessidade de promoção e defesa dos Direitos Humanos. Durante três dias serão exibidos documentários, alguns deles inéditos, sobre temas distintos, realizados em diversos países, com o intuito de fornecer uma perspetiva alargada sobre alguns dos desafios que se colocam aos Direitos Humanos na atualidade. Pelo quarto ano consecutivo no Centro Cultural Olga Cadaval, voltamos com uma programação que pretende potenciar a consciência colectiva sobre os Direitos Humanos, essencial para uma sociedade mais bem informada e formada. 
Tal como nas edições anteriores, continuamos a convidar realizadores e especialistas para analisar, juntamente com a Amnistia Internacional, alguns dos documentários logo após a sua projecção. Serão ainda realizadas atividades complementares relacionadas com temas e campanhas da Amnistia Internacional em curso.

PROGRAMAÇÃO
12ª edição


BIL’IN, MEU AMOR | BIL’IN HABIBTI

13 de dezembro10h30 – Pequeno Auditório [Marcação Prévia - Escolas]


Numa pequena aldeia palestiniana, Bil’in, a população inicia uma luta pacífica contra a perda de mais de metade do seu território para que Israel possa expandir a construção do imenso muro de betão que separa os dois povos, permitindo a instalação do novo colonato judeu de Modi'in Elite. Aos moradores que lutam contra o avanço do paredão juntam-se activistas israelitas e estrangeiros. O filme foi realizado por Shai Carmeli Pollak, velho participante noutros protestos contra a política de desalojamentos forçados de Telavive, que chegou ao povoado como activista dos direitos humanos, tendo filmado, durante cerca de um ano, os protestos dos habitantes contra o exército de Israel e o seu projecto de segregação étnica e religiosa. A resistência de Bil’in aos bulldozers, ao gás lacrimogéneo, aos espancamentos e às detenções arbitrárias assume contornos originais. O filme centra-se em particular em dois protagonistas, Mohamed, membro do comité local contra o muro, e Wagee, agricultor e pai de 10 crianças, na iminência de perder a maioria da sua terra e oliveiras. E ainda o recurso, por parte dos militares, a agentes infiltrados, os “mustaravim”, com que procuram legitimar a força brutal exercida contra manifestantes pacíficos. Mais de metade dos 700 kms projectados deste “muro da vergonha” foram já construídos. Hoje existem mais de 120 colonatos nos territórios árabes ocupados.

Realização: Shai Carmeli Pollak; Documentário, Israel / Palestina, 2006, 80’



CRIANÇAS DA AMAZÓNIA | CHILDREN OF THE AMAZON
13 de dezembro15h30 – Pequeno Auditório [Marcação Prévia - Escolas]


Crianças da Amazónia acompanha a cineasta brasileira Denise Zmekhol numa viagem pela estrada BR 364 até ao coração da grande floresta, à procura das crianças Suruí e Negarotê, que fotografara 15 anos antes. É um filme sobre uma viagem, quer no espaço quer no tempo, sobre o que aconteceu na vida da maior mancha verde do planeta quando a estrada cortou as suas terras. Durante inúmeras gerações, a Amazónia foi o lar dos povos Suruí e Negarotê, que viviam no que chamavam de “tempo da floresta” – um tempo que vai muito além da vida humana. O único contato destas tribos com o mundo exterior era por intermédio dos seringueiros, que chegaram à floresta no século XIX e cujo trabalho, o de talhar seringueiras, não destruía as árvores. Mas tudo mudou. As trilhas transformaram-se em estradas, estas em vias que atravessam mais de 3200 quilómetros do grande pulmão verde. Com a nova trama rodoviária e a rápida chegada de colonos, madeireiros e criadores de gado, o “tempo da floresta” recuou, encurtou. A Amazónia exuberante foi desmatada e queimada, doenças fatais dizimaram milhares de indígenas, o imenso lar dos povos originários sofreu uma transformação irreversível. A jornada cinematográfica de Denise reúne entrevistas e reflexões pessoais e poéticas sobre a devastação ambiental, a resistência e a renovação.

Realização: Denise Zmekhol; Documentário, Brasil, 2010, 60’



BELO MONTE, ANÚNCIO DE UMA GUERRA
13 de dezembro21h30 – Pequeno Auditório


Documentário sobre a maior obra de engenharia da actualidade no Brasil, a barragem de Belo Monte, que inclui depoimentos a favor e contra a obra, apontando para um desastre ambiental, económico e social. O projeto hidroeléctrico, que o governo pretende instalar no coração da Amazónia, na Volta Grande, no rio Xingu, perto da cidade de Altamira, estado do Pará, está no centro de uma discussão que alastrou além-fronteiras. O documentário “Belo Monte, Anúncio De Uma Guerra” é um trabalho independente e colectivo, gravado durante três expedições à região do Xingu. A viagem aos bastidores da polémica resultou riquíssima, com imagens de grande impacto e entrevistas com os principais protagonistas, incluindo líderes indígenas, como o cacique Raoni e Megaron, o Procurador da República, Felício Pontes, o presidente da FUNAI, Márcio Meira, e políticos locais a favor da construção.

Realização: André D'Elia; Documentário, Brasil, 2012, 105’



AMANHECER A ANDAR | WALKING AT DAWN
14 de dezembro21h30 – Pequeno Auditório


É noite cerrada e um velho guarda uma escola, em Moçambique. Amanhece, o homem abre portas e varre chão arenoso, quando se ouvem vozes de crianças ao longe cantarem um hino, o hino nacional, Pátria Amada. Pela mão do velho, Augusto, chegamos a um espaço amplo, misterioso, que se revelará fragmentado no encontro com as personagens principais do filme. Elvita trabalha até à exaustão mas não deixa de defender o seu descanso junto do marido. Carlos procura um empréstimo para aumentar uma pequena banca de venda e, quem sabe, talvez começar a construir a casa para a família. Salim reza várias vezes ao dia, ensina o Corão a crianças e, em família, não perde a atenção do primeiro filho homem. Três vidas, três percursos, num movimento que olha para o futuro sem perder a tranquila condição no presente.

Realização: Sílvia Firmino; Documentário, Portugal/Moçambique, 2012, 97’



THE ACT OF KILLING (Prémio Amnistia Internacional - IndieLisboa 2013)
15 de dezembro16h00 – Pequeno Auditório


“É um dos filmes mais assustadores que vi nas últimas décadas”, disse Werner Herzog, produtor executivo, com Errol Morris e outros, de The Act of Killing. Em 2002, Oppenheimer decide ir para a Indonésia filmar os sobreviventes do massacre anticomunista de 1965-1966. Nunca antes as suas vozes tinham sido ouvidas em público. As conversas foram tidas na sombra dos torturadores.  “Ironicamente, encontrámos mais perigo em filmar os sobreviventes do que os carrascos”, disse o realizador. Ao contrário do Ruanda e vários outros países, por exemplo da América Latina, a Indonésia nunca teve comissões de verdade e reconciliação. O fracasso do golpe de estado resultou numa caça às bruxas contra os simpatizantes do Partido Comunista Indonésio. Muitos foram presos, torturados e mortos sem julgamento. O filme segue Anwar Congo, um dos mais temíveis algozes, que encena algumas das execuções do genocídio. Protegidos pela impunidade do governo, estes homens continuam a ser honrados como heróis nacionais.
Realização: Joshua Oppenheimer; Documentário, Dinamarca/Indonésia, 2012, 158'



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