domingo, 24 de abril de 2016

Mais 25 de Abril!

Um grupo de militares depôs há 42 anos o regime dito do Estado Novo, na verdade uma ditadura, inaugurando um processo de esperança para Portugal, democrático e respeitador dos Direitos Humanos. A Constituição de 1976 confirmaria essa vontade. Há vários anos, desde a sua fundação, em 1961, que a Amnistia Internacional vinha denunciando nos seus relatórios anuais  toda uma lista de atropelos aos direitos, liberdades e garantias praticados pelo regime deposto, ausência de liberdade associativa, perseguição política, prisões arbitrárias, tortura, julgamentos em tribunais de excepção, entre outros desmandos contra as a liberdade e a democracia. O país respirou fundo e acreditou. Porém mais de quatro décadas passadas subsistem problemas e situações exigindo prontas soluções e reparos, incluindo o acesso à justiça, o uso desnecessário ou excessivo da força por parte das forças de segurança, denúncias de maus-tratos e tortura, más condições prisionais, descriminação de comunidades, desigualdades de género, violência doméstica e no namoro. A Amnistia Internacional Portugal – Grupo 19 | Sintra saúda o 25 de Abril pelo tempo novo que trouxe, incluindo as instituições e os instrumentos jurídicos que pôs ao serviço da liberdade, da democracia e dos Direitos Humanos, mas mostra-se preocupada com a persistência de velhas mazelas e os efeitos da crise económica nomeadamente nos direitos económicos, sociais e culturais, e ainda com a degradação do sentido de comunidade e de voluntariado, com consequências por exemplo na solidariedade para com os refugiados. A emergência entre as camadas mais jovens de sentimentos radicais de justiça pede igualmente atenção de modo a evitar que Portugal retroceda no caminho que abriu pelo direito à vida. Viva, assim, o 25 de Abril, mas mais atenção às pessoas e a todos os direitos com que nasceram, cá ou noutro lado qualquer, independentemente da sua raça, credo, nacionalidade, escolha política, condição económica, género ou orientação sexual. Nunca foi tão importante que uma comemoração não se afundasse na nostalgia para que as pessoas continuem a ser o mais importante.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

Pela primeira vez a maioria dos países no mundo é abolicionista

Aumento alarmante nas execuções com um número recorde em mais de 25 anos




A violência doméstica é um cancro social


terça-feira, 5 de abril de 2016

Vinte e sete anos

Nascemos hoje, há 27 anos. O Muro tinha caído e estávamos apostados em que mais nenhum fosse levantado. Abraçámos Vanunu como se fosse um irmão de sangue e Timor-Leste como se fosse a nossa terra. Escrevemos e desfilámos até doerem os dedos e os pés - era ainda o tempo das cartas, das marchas e dos archotes. Fomos a tantas escolas que já lhes perdemos a contagem. Mas temos de continuar por causa desta maldita sensação de não termos feito nada. Vá, 19, ao trabalho! Há tanto barulho a fazer!!