quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Zé, nosso Brave!


Foi hoje mas há 18 anos, e num dia como este, que o Zé se foi embora, sabe-se lá para onde, nunca mais mandou postais – mandava sempre postais quando se ausentava, lembram-se? Foi-se embora “traído por um coração maior do que o seu corpo imenso”, escreveu Pedro Palma num cartoon em que dias depois homenageou o amigo, o comandante e o homem que fez dos direitos humanos a luta da sua vida. Foi há 18 anos e parece que foi ontem, que isto do tempo engana muito, que o José Manuel Cabral deixou esta casa, em que entrou quase logo que ela nasceu, e esta família, que fez a sua. “Hoje estou aqui, amanhã logo se vê”, repetia muitas vezes, ele que vivia para o momento excepto quando trabalhava para um mundo sem homens a atropelar outros. E com que fé e generosidade o fazia, a bordo do Lusitânia Expresso, a caminho das águas ocupadas de Timor-Leste, desfilando com archotes nas ruas de Alcobaça, nas escolas, nas entrevistas, criando núcleos como o de Sintra ou à frente da secção portuguesa desta AI. Eh, pá, Zé, nosso Brave, que saudades!

Sem comentários:

Enviar um comentário